Por Agência Lusa
publicado em 5 Jun 2013
No
Hospital de São João, no Porto, o Conselho de Administração autorizou
já a aplicação de terapia reiki aos doentes oncológicos em ambulatório
No
Hospital de São João, no Porto, o Conselho de Administração autorizou
já a aplicação de terapia reiki aos doentes oncológicos em ambulatório,
sendo aplicada por enfermeiros com formação naquela terapia alternativa e
em regime de voluntariado.
O reiki é
uma terapia japonesa que consiste em canalizar a energia colocando as
mãos em cima do corpo e pretende promover o equilíbrio global, segundo a
Associação Portuguesa de Reiki.
A
médica oncologista Fátima Ferreira explicou à agência Lusa que os
doentes em quimioterapia submetidos ao reiki dizem conseguir aguentar
melhor os efeitos secundários, como náuseas e vómitos, e acabam por
sentir-se mais relaxados, aceitando melhor a sua doença.
"Tem
sido uma ajuda muito positiva para os nossos doentes. Mas isto não vai
substituir qualquer tratamento de quimioterapia ou radioterapia, nem é
esse o objetivo. Funciona como um complemento, como uma ajuda
psicológica", indicou a médica.
No
Hospital de São João este projeto foi impulsionado pela Associação de
Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma, com base numa investigação
realizada por uma enfermeira naquela unidade que demonstrou os
benefícios do reiki para os doentes com cancro.
A
terapia é disponibilizada, em regime de voluntariado, por enfermeiros
do hospital com formação em reiki e não é fornecida pelo Serviço
Nacional de Saúde.
Este projeto, que
começou no ano passado, dirige-se sobretudo para os doentes oncológicos
em ambulatório, mas tem sido também aplicado a pacientes em
internamento.
Sónia Gomes, da
Associação Portuguesa de Reiki, diz que existem diversos estudos
científicos internacionais que "comprovam que a terapia reiki ajuda o
processo de desintoxicação do organismo após a quimioterapia".
Ainda
não há dados sobre quantos doentes oncológicos em Portugal se
submeteram a esta terapia complementar, mas Sónia Gomes dá conta de que
têm sido assinados protocolos de colaboração com várias associações de
doentes.
Exemplo disso é a Associação
de Luta Contra o Cancro do Intestino -- Europacolon Portugal, que passou
a fornecer aos seus associados a possibilidade de terem sessões de
reiki.
"Estamos ligados a uma doença
que é uma tragédia, com 7.000 novos casos todos os anos e uma
mortalidade superior a 11 casos por dia", disse à Lusa o presidente da
Europacolon, Vítor Neves.
Foi a partir
de relatos e experiências de doentes oncológicos que esta associação
chegou à conclusão de que o reiki poderia ajudar a "melhorar a vida e o
conforto" de pacientes em quimioterapia.
"Decidimos,
assim, disponibilizar aos nossos doentes, a custo zero, o acesso a esta
terapia complementar, que pode ser solicitada através da nossa linha
telefónica de apoio 808 200 199", indicou Vítor Neves.
Segundo
Sónia Gomes, da Associação de Reiki, chegam já a ser os próprios
médicos a recomendar a esta terapia aos seus doentes, depois de terem
observado " bons resultados" noutros pacientes, sobretudo com benefícios
a nível do humor e disposição.
Os
estudos têm demonstrado "bastante sucesso" no bem-estar dos doentes em
qualquer tipo de tumor, segundo indica a terapeuta: "O reiki acaba por
equilibrar o sistema do corpo humano. A pessoa relaxa e isso provoca
diminuição da corrente sanguínea, a oxigenação melhora e isso produz o
tal estado de relaxamento profundo e de bem-estar".
Atualmente,
a Associação Portuguesa de Reiki tem cerca de uma centena de terapeutas
disponíveis para fazer voluntariado a doentes oncológicos que estejam a
ser submetidos a quimioterapia.
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